Já ganhou!

2/27/2015 , , 2 Comments

Sorry, today the post is in Portuguese. Started the notes in Portuguese and couldn't translate it anymore. Good luck using Google translator...

Para mim, o Camboja já ganhou. Pela comida, pelas pessoas, pela simplicidade, pela ruralidade, pela(s) beleza(S) natural(ais). Acho que principalmente pela simplicidade. 

Chegamos a Siem Riep depois de 30h de viagem (barco, autocarro, mini-van, carro), que correu bem, não tivessem uns tailandeses tentado nos "roubar" uns trocados na fronteira - drible de eu faço o visto por vocês e vocês não perdem o próximo autocarro para Siem Riep. Acabamos por ser driblados um pouco mais à frente, conscientemente.  Pagar um extra para chegarmos mais cedo ao destino era tudo o que queríamos depois de tanta hora na estrada...

À medida que nos embrenhávamos mais e mais no país o ritmo ia claramente mudando: os carros já não andavam como loucos, as bicicletas igualavam em número as motas, as pessoas sorriam um pouco menos mas continuavam de sorriso fácil. O sol escaldava ainda mais e a pobreza era escandalosamente maior. A simplicidade aumentava.

Chegamos à nossa guesthouse sem água quente, com muitos mosquitos mas com um staff sorridente e super amigável. Localizados bem no centro da cidade, rápido percebemos que estávamos numa outra fase da nossa viagem - o Camboja é diferente e nós teríamos que nos adaptar a esta nova realidade. Será que ia ser simples?!

Fizemos as partes turísticas, templos de  tuk-tuk, Angkor Wat ao amanhecer, show de dança de apsara (dança tradicional), comemos amok (cozinhado feito em folhas de bananeira) e caril de galinha (o meu favorito até agora foi o da nossa guesthouse, de longe!!! Tão bom que me queimou o céu da boca :)). Fizemos ainda uma visita aos campos de arroz, quintas de lotus e crocodilos e espreitamos o mercado local. Fora do turístico normal, alugamos bicicletas e deixamo-nos levar pela confusão do trânsito da cidade, perdemo-nos pelas estradas de areia, encontramos crianças sorridentes e faladoras. 
Turístico ou não, tudo é simples, bonito, autêntico e pobre. 
Coincidência ou não, foi em Siem Riep que passámos mais tempo até agora. Era engraçado ver a cara do staff quando perguntávamos pela manhã: "podemos ficar mais uma noite?!".







Depois deixámo-nos levar por um fim-de-semana em Battambang, a 4h de distância de Siem Riep, é uma antiga cidade colonial francesa, com a sua influência clara - o francês é mais frequente que o inglês, há baguetes em quase todos os carrinhos de comida e nas ementas dos restaurantes. 

Simples (olha a novidade!), cheia de crianças, menos turistas, Battambang também tem coisas únicas: Uma caverna de morcegos que ao final do dia saem da sua casa e dão ao céu um misto de pintura e absurdo. Há também um comboio de bambu, que de comboio só tem as linhas e pessoas maravilhosas! O Xim é um exemplo disso, contou-nos que pouco recebe ao trabalhar como professor inglês e física mas que não desiste dos seus alunos. "Nunca!", diz ele. Passa a semana longe de casa, em outra cidade, e o que lhe dá mais satisfação é saber que está a ter impacto positivo nos seus alunos e principalmente por lhes estar a proporcionar o mesmo que um dia ele teve também - acesso ao conhecimento. Muito inspirador, mesmo!



Mergulhamos em Phnom Pehn, depois de uma semana no Camboja. Como capital de um país, é cheia de tudo. Prédios altos, lixo muito lixo, pessoas com pressa, muitas marcas da guerra que arrasou o país até à bem pouco tempo...e um caos organizado à sua própria medida.
Na primeira noite fugimos disto tudo e entramos num shopping - a sensação que tive foi que tinha sido ejectada do Camboja. Parecia que estava no Colombo em Lisboa, mas a praça de alimentação tinha caracteres japoneses (havia ali alguma ligação com o Japão que não tentei entender), mas de resto tudo era igual. Acabamos por matar a vontade de ir ao cinema e experimentamos uma sessão 4D - filme terrível, experiência engraçada!
Nos dias seguintes deixamo-nos levar pelas tristes marcas da guerra civil, com o seu ápice na era dos Khmer Rouge (1974-1979) onde quase 2 milhões de Cambodianos foram assassinados. Fomos visitar a intensa e dolorosa prisão onde os presos eram detidos e torturados, assim como o descampado onde eram enterrados depois de sentenciados à morte por crimes que não tinham cometido. 
Vale a pena ler e descobrir um pouco mais desta história que teima em não ser diferente de país para país, de década para década - e infelizmente se repetir sem pudor nem perdão.


Estávamos preparados para Phnom Pehn ser mau, muito pior do que foi na realidade. Mas três dias e estávamos prontos para seguir viagem - já com o visto do Vietnam no bolso. Se passarem por estas bandas, vão ao mercado russo, caminhem pelo rio e deixem-se levar pelas cores das coisas - vale a pena!




É o Vietnam que nos espera agora e eu nem sei bem o que esperar...vou ser certamente surpreendida tal como fui com o Camboja, que já tem um lugar especial no meu coração, simplesmente pela sua simplicidade.

2 comments :

  1. Hey legends, great post. I am happy that Cambodia left such a strong mark in your memories. It's an intense country, besides the marvels of Angkor.
    May you have more of that in Vietnam and keep sending these colourful, peaceful vibes, in Portuguese or English, bring it. I hug you very much.
    PS the bike picture is priceless. I cried a little ;)

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  2. Missing you so much and feeling so thankful for your writing in PT that i just told to Mom, but specially for you taking the time to share your adventures with us. Thanks favorite sister and brother :*

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