A surpresa chamada Miami

Quando as portas se começaram a abrir para esta viagem, faz agora mais ou menos um ano, pensámos visitar 30 países para celebrar os nossos 30 anos. Um simbolismo que rapidamente desapareceu porque ficar mais ou menos 12 dias em cada país pareceu-nos impossível.
Vamos fazer uma viagem para ver as maiores cascatas do mundo, dizia o Will, ou os maiores prédios! Vamos ver as 7 maravilhas do mundo! Vamos aos cinco continentes! As ideias continuavam a surgir. Vamos! Vamos!

A decisão não chegou até Outubro, mais ou menos, quando finalmente depois de horas e horas de conversa, depois de horas de pesquisa, depois de várias sessões de mapa e computador nas mãos, depois de mil perguntas sem resposta, Quando vão? Onde começam? A que países vão?, depois de umas outras mil decisões...chegamos a um roteiro. 

Este roteiro foi feito com base em várias, várias coisas, mas nem foi temático nem simbólico, foi o que achamos mais realista e aquele que melhor se encaixava nas nossas preferências: ser a primeira vez a visitar o país, estarmos no país na melhor estação do ano, haver facilidade em obter o visto (ou nem ser preciso um), a facilidade de viajar para esse país posteriormente, os custos de vida, etc. 

Os Estados Unidos da América não se encaixavam nos parâmetros daquele nosso Plano-Perfeito, e como tal, não faziam parte da lista. Duas conversas com o Daniel bastaram para alterarmos, outra vez, o roteiro. Um viva à flexibilidade!!! Quem é o Daniel?! Ele é o representante da AirTreks, uma agência especializada em viagens, e ajudou-nos bastante a decidir. Agora, com a distância, faz todo o sentido - estaríamos a atravessar o Pacífico, vindos da Coreia do Sul, e queríamos chegar à Guatemala - com preços super competitivos e com a geografia a ajudar os EUA só tinham vantagens. Foi com o Daniel que comprámos os voos para os primeiros 6 meses da viagem. Ele deu-nos dicas, encontrou-nos os melhores preços, contou-nos as suas histórias e sonhos. É a ele que contactamos sempre que temos uma dúvida ou precisamos de um conselho sobre voos. Provavelmente sem a AirTreks tínhamos pago muito mais pelas viagens e não teríamos optimizado tanto a viagem. 

Okay, EUA, vamos ficar uma semana. E eu nem imaginava como ia ser marcante esta semana. Entrámos por LA e depois seguimos para Miami. 

O meu historial familiar de emigração não é imenso, mas existe e é particularmente marcante para mim. Geração após geração, alguns foram saindo para o Brasil, França ou Venezuela, outros foram regressando a Portugal anos e anos depois. Alguns no entanto ainda continuam a luta fora do porto-seguro. E foi na quente, húmida e latina Miami que fui encontrar uma parte dessa família, a prima Betinha e a sua maravilhosa família - o Carlos, o Manuel e a Valentina. 

Prima em segundo grau pelo lado paterno (e como aprendi também há sangue comum pelo lado materno) a prima Betinha já é da geração que nasceu fora de Portugal, porque os pais emigraram para a Venezuela ainda jovens e aventureiros. A seguir as raízes em 2010 também eles decidiram sair, vencer o medo do desconhecido e trabalhar duro para encontrar novas oportunidades.

Ao chegarmos, depois de 24h de viagem, umas 4h de descanso e um jetlag mais gigante que a nossa viagem total, os sorrisos e a energia não enganavam - estávamos em boas mãos. Os dias que se seguiram foram de incomparável conforto, relaxamento e de muito, muito amor. Beijos de boa noite, abraços de olá, telefonemas de o que levamos para o jantar, bilhetes de obrigada. À mesa conversámos sobre tudo um pouco, família, trabalho, sonhos, vistos, desafios, loucuras. No carro a caminho de Key West (a nossa viagem de 6 num carro) mais conserva, gargalhadas e carinho. Foi para eles que cozinhamos pela primeira vez depois de 4 meses de viagem (que alívio que aparentemente não desaprendemos!). Aqueles dias foram como se tivéssemos em casa, a viver em família. E foi tão bom! E foi tão especial! 

Miami foi importante para pararmos e descansarmos, apesar da adaptação necessária ao clima tropical e às temperaturas elevadas. Tivemos tempo para espreitar o Parque Everglades e a praia, a cidade, e claro, a ponta mais Sul dos EUA, Key West: Tudo o que procurávamos quando definimos os nossos parâmetros para esta viagem. 

Mas o que eu nem imaginava, planeava ou sequer esperava era que Miami me tivesse permitido criar laços com uma parte da família que nunca tinha conseguido conhecer bem. Mas foi assim que aquela cidade, se tornou para mim, quase sem querer, um ponto muito querido do nosso roteiro e da nossa viagem.

Não duvides do Universo, Diana. Como podes tu duvidar? Os Estados Unidos tinham de fazer parte desta viagem - ouvi-me dizer enquanto dava mais um abraço de obrigado e me despedia daqueles fantásticos 4. Até um dia!

If you don't understand Portuguese, you can use the translate option on the right, or just check these pictures out. Enjoy!!!
Key West = US 0 mile
Downtown Miami
Miami bay
Miami bay
Everglades National Park (ugly) turtle
Will's favs 
Yes, that's an alligator
Key West = 90 miles away from Cuba
Key West fishermen :)
Find Willy
#Venezuela
Sunny Betinha
Sunny brothers
jantar luso-brasileiro em Miami <3
<3

1 comment :

  1. Espectacular terem conhecido essa paraíso chamado Miami e, ao mesmo tempo, terem tido a oportunidade de conhecer essa vossa pequena mas grande família de quatro! Beijinhos. Cláudia

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